Life In A Glass House (Radiohead)
Uma das canções que transformou o quinteto de oxford em vanguarda, reparem como ela destoa - harmonicamente e conceitualmente - de todo o resto do disco e da discografia da banda.
A canção é construida cheio de espaços vazios, enchertada de trompetes e saxofones guturais.
O título: "Vida numa casa de vidro" traz uma metáfora interessante.
A idéia de casa é de abrigo e proteção, lugar onde o individuo se sente bem, no seu canto, então quando se traz a ideia duma casa de vidro, tudo é exposto, a sua vida, você mesmo se torna palhaço do se prórpio circo, num macabro baile de sadismo.
Toda a sensação de conforto e proteção é derrubada.
Thom Yorke assim como Kafka "é um homem nu entre os vestidos."
No seu condomínio, ou melhor dizendo, no seu cativeiro psicológico ele parece ser o único sem lugar para se abrigar e se esconder dos seus demônios.
Alguém sempre está ouvindo.... na escuta.
Alguém sempre está espiando, falando.
Dessa forma Yorke fez valer a tese do George Orwell.
Certa vez Thomas disse que o "Amnesiac" era algo como um baú velho encontrado no porão,
pois bem, essa afirmação encontra seu ponto de ebulição justamente nessa faixa genial
onde, toda essa atmosfera old school, jazzista, retrô
é elevada ao máximo.
É também a minha preferida do álbum Amnesiac.